Aumento das retenciones e severa crise financeira ameaçam safra argentina de 2018/19
Produtores sofrem com elevado grau de endividamento acumulado, indisponibilidade de capital, desvalorização do peso, elevada carga tributária e preços baixos nas últimas três safras, além das quebras de produção. Investimentos serão limitados.
Eduardo Lima Porto, diretor da LucrodoAgro, conversou com o Notícias Agrícolas nesta quarta-feira (05) a respeito da crise econômica da Argentina, uma vez que o Governo de Maurício Macri anunciou medidas fiscais de emergência que devem afetar o planejamento da safra 2018/19 do país.
Para Porto, a crise é "uma crise de confiança de uma magnitude que pouco vimos em nossa história recente". Ele lembra que, de 2015 para cá, eventos climáticos resultaram em quebras de produção para os argentinos.
Embora os problemas de rentabilidade dos produtores do país vizinho sejam semelhantes aos do Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola por lá é significativo em relação ao PIB geral, de forma que a incidência tributária sobre o setor de grãos pode agravar a situação.
A queda de produção na safra 2017/18, somada a uma crise financeira safra após safra pode significar que o estoque de disponibilidade que o produtor argentino poderia ter desapareceu, na avaliação de Porto.
Na Argentina, o peso e o dólar possuem uma relação íntima, fazendo com que toda a cadeia produtiva fique comprometida por conta da insegurança causada pela combinação desses fatores. O nível de tecnologia a ser usado na próxima safra pode ser menor em pleno ano de El Niño, quando os excessos de chuvas podem causar alagamentos do país.
Além disso, a maior parte do cultivo de soja dos argentinos ocorre em áreas arrendadas. A disponibilidade de soja da Argentina, portanto, fica preocupante e o peso sobre o produtor foi acrescido "de maneira muito intensa", analisa o diretor.
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