Seguro rural patina no Brasil, dizem especialistas
Dados de campo generalistas, regulação burocrática para formatação e comercialização de novos produtos e custo alto do prêmio – ainda muito dependente da subvenção governamental - são obstáculos para expansão do seguro agrícola no Brasil. O diagnóstico foi feito por especialistas no tema, reunidos nesta quarta-feira (04), durante debate sobre o assunto em São Paulo (SP).
De acordo com Fábio Damasceno, responsável pela área de agronegócio da seguradora Fairfax, faltam dados confiáveis, relativos à produção agropecuária, que possam funcionar como subsídios para a elaboração de produtos personalizados e adequados a regiões e produtores. “Isso faz com que o mercado fique limitado a coberturas multirriscos, com um preço padrão, o que bloqueia uma janela de oportunidades para alguma redução de custos e ganhos de escala, a partir de apólices personalizadas.”
Segundo o ex-secretário da Agricultura de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho, a expansão do seguro seria benéfica para todo o agronegócio, a começar, obviamente, pelo produtor, que teria crédito mais barato e consequentemente teria sua renda assegurada. Aliás, o seguro de renda, disse João Sampaio, é o modelo que o Brasil deve perseguir. “Mas, este formato ainda é muito tímido.” Hoje, cerca de 80% dos sinistros relacionados ao campo têm ligação com ocorrências climáticas, especialmente seca.
O avanço da tecnologia da informação, por meio das soluções de agricultura digital, é um caminho para se melhorar a qualidade da oferta de dados disponíveis para o mercado de seguro agrícola, ressaltou Conrad Mello, do IRB Brasil RE, que atua com resseguros. De acordo com Mello, a maior precisão dos dados será positiva para todos os elos envolvidos, desde fornecedores de insumos, produtores, tradings, bancos, etc.. “Com informações mais exatas será possível modelar produtos customizados”, assinalou Daniele Szortyka, da área de seguros rurais do Sicredi.
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