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Ministério tenta blindar defesa e seguro rural de cortes no Orçamento

Diante da crise fiscal que ainda paira sobre o país, o Ministério da Agricultura iniciou um movimento para tentar preservar ao menos os gastos com defesa agropecuária e com o programa de subsídios ao seguro rural dos cortes no Orçamento feitos pelo governo.

Até abril, já foram dois contingenciamentos, que bloquearam 36% do orçamento previsto inicialmente para a Pasta em 2019. Foram congelados R$ 817,2 milhões. Esse orçamento se refere apenas às despesas discricionárias (não-obrigatórias) - ou seja, que podem ser contingenciadas e incluem gastos com investimentos, contratos e convênios e programas. Não entram nessa conta a folha de pagamento e outras despesas obrigatórias.


Do total de R$ 2,9 bilhões do orçamento de despesas não-obrigatórias do ministério, tanto a administração direta quanto todos os órgãos vinculados da pasta sofreram com reduções orçamentários. Quem mais sofreu foi a Embrapa, cujo orçamento de despesas não-obrigatórias, incluindo pesquiesas, foi reduzido em 32,1%, para R$ 243,4 milhões. O Serviço Florestal Brasileiro, por sua vez, teve seu orçamento reduzido em 31,5%, o Incra em 31,1% e a Conab em 27,7%. SFB e Incra foram incorporados este ano à estrutura da Agricultura na reforma administrativa do governo Bolsonaro.


Esses cortes, no entanto, não significam que os recursos não poderão ser recompostos em alguma medida. O governo pode, e geralmente faz, alguns desbloqueios ao longo do ano diante de demandas mais urgentes dos ministérios. Ontem mesmo houve um desbloqueio, ainda que pequeno, de R$ 381 mil no orçamento da Agricultura. "Estamos criando alternativas para que áreas importantes do ministério não sejam afetadas. É um jogo duro", disse ao Valor o secretário-executivo da Pasta, Marcos Montes, que desde segunda-feira é ministro interino devido à ausência da ministra Tereza Cristina, que está na Ásia.


Montes afirmou que algumas despesas importantes podem ser comprometidas, como a nomeação de 150 médicos veterinários que passaram recentemente em concurso para fiscal agropecuário. Para evitar que os cortes não afetem muito o orçamento da Pasta, ele explica que haverá um esforço para cortar gastos com custeio de viagens, por exemplo. Ele garante, porém, que o montante de R$ 1 bilhão, prometido na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro para o programa de seguro rural, está fora dessa discussão e que a ministra vem negociando "exaustivamente" para garantir a verba.


"Daí a importância de aprovarmos a reforma da Previdência, para abrir espaço no orçamento. Todos os ministérios foram atingidos até agora pelos cortes", afirma Montes.

Para mais informações acesse: https://www.valor.com.br/agro

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