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Como proteger o café da geada? Dicas evitam que frio afete os grãos

Baixas temperaturas são uma ameaça ao café. No ano passado, as geadas afetaram a formação de ramos para novas plantas, o que influenciou a produtividade dos cafezais em 2022.

Ana Carolina Alves Gomes, analista de Agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema FAEMG), observa que o inverno nem chegou, e o frio que se aproxima já ameaça prejudicar a safra do ano que vem.


A resiliência do cafezal e a capacidade de recuperação de uma planta danificada pelo frio, ela comenta, dependem do manejo que o produtor adota na área. Uma das dicas é manter o terreno limpo no meio das entrelinhas do café, a fim de minimizar a umidade e as temperaturas baixas nas plantas.


"A depender da área, alguns manejos técnicos são necessários como esqueletamento, poda ou até mesmo arranquio da planta, a depender do nível de queimadura da folha", recomenda Ana Carolina.


Outra recomendação feita pela técnica do Sistema FAEMG é realizar a arborização para quebra vento, minimizando a formação de corredores de vento frio em meio aos cafezais. Já em relação ao manejo em viveiros, a recomendação é o aquecimento das mudas assim que as temperaturas caírem. "Não é para deixá-las aquecidas o tempo todo, mas apenas no ato da ocorrência. É ficar acompanhando diariamente as previsões climáticas e se prevenindo em tempo", resume.


Seguro rural


Embora seja um ano de bienalidade positiva - ano em que o café tende a ser mais produtivo -, a produção deve deixar a desejar, segundo Ana Carolina. Para ela, o potencial produtivo não vai se concretizar, pois os produtores estão relatando que as plantas apresentam potencial abaixo do esperado. Diante disso, quem acionou o seguro rural está menos suscetível às perdas decorrentes da geada.


Como medida de precaução, ela comenta, contratar o seguro deveria ser obrigação de todo cafeicultor. "Seguro rural é uma gestão positiva para trabalhar preventivamente. A gente viu no último ano uma procura maior em relação ao seguro agrícola", diz a analista da FAEMG.


Na avaliação de Pedro Loyola, diretor do departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as adversidades climáticas estão influenciando o mercado de seguro rural. "Esse risco está se tornando mais frequente e mais severo", comenta.


Como prova dos reflexos imediatos provocados pelo clima, a estimativa para colheita de café em Minas Gerais caiu quase 20%. Segundo a Empresa de Assistência Rural de Minas Gerais (Emater), a expectativa inicial era de colher cerca de 33 milhões de sacas, mas a nova previsão já estima 26 milhões de sacas.


Geadas nos grãos


Para culturas como trigo e milho safrinha, o risco de geada é ameaçador. Temperaturas muito baixas também retardam o período de emergência de grãos como a soja. Mas isso acontece, muitas vezes, porque a cultura pode ter escapado da janela ideal de semeadura, conforme conta José Renato Bouças Farias, pesquisador da Embrapa Soja.


"Acontece o efeito da falta de água numa cultura de verão, que atrasa o ciclo, mas mesmo assim o produtor planta, precisa plantar, escapa essa janela para uma cultura de safra e ele tem a perda forte", explica. Por isso, obedecer o calendário do Zoneamento Agrícola para Risco Climático se faz fundamental.


A geada pode não atingir diretamente as culturas de verão no ano vigente, mas diminui a capacidade de investimento do produtor na safra seguinte. "Nas culturas anuais, acho que o principal [prejuízo] é diminuir a capacidade de investimento que ele [produtor] tem para a safra seguinte, de comprar, de colocar todo o arsenal necessário de insumos para a próxima safra e ela ter melhor qualidade", aponta José Renato.




Para ver matéria completa acesse: https://revistagloborural.globo.com



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